quarta-feira, 27 de julho de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE ADUBAÇÃO DE ORQUÍDEAS



O conhecimento é a  única riqueza que, quanto mais    dividimos, mais   ela aumenta.  
Quando o assunto e adubação de orquídeas, algumas perguntas são muito frequentes: quanto e qual a periodicidade da adubação? Qual o melhor fertilizante? Qual a melhor hora do dia para adubar? Em que parte da planta devemos aplicar o fertilizante? Existem alguns mitos e verdades na internet acerca deste tema. Este post tem por finalidade esclarecer de uma forma simples e didática, mas com embasamento cientifico, as principais duvidas, sobre adubação. Longe de sermos os donos da verdade, estamos abertos à toda crítica e sugestão.
Quanto e qual a periodicidade da adubação?
Durante muito tempo, pensamos  que a adubação de orquídeas seria uma prática dispensável,   atualmente  pesquisas   tem  revelado   que a adubação produz efeitos significativos no cultivo de orquídeas, produzindo plantas maiores, florescendo com menos tempo e sem sintomas de deficiência nutricional. 
Na natureza as orquídeas também  são  adubadas  por  fontes de minerais como: material em decomposição, água da chuva, poeira, excrementos de animais entre  outras. Contudo, vale ressaltar que há grandes diferenças entre as adubações feitas pelo homem e aquela  que ocorre naturalmente, o homem anceia  por  respostas rapidas, já na natureza     só o que importa é a   sobrevivência e  a  reprodução  da planta, deste modo,  vemos com frequencia,   em  plantas cultivadas,  a ocorrência de problemas com a aplicação em excesso de fertilizantes, resultando  em muitos casos na morte da planta.
A  quantidade de   adubo  é uma questão  muito complexa,   depende    da demanda nutricional da espécie, das condições   de cultivo  e   do estágio de desenvolvimento da planta.  discutiremos  esta questão em um post  que estou preparando para  breve.
Qual o melhor fertilizante, mineral ou orgânico ?
Os adeptos da “falácia naturalista” vão dizer que “a melhor adubação e a orgânica”, em contra partida, a pior adubação “seria a química, pois é artificial”. Nada mais longe da realidade, quando adubamos uma orquídea, ou outra planta qualquer, com um adubo comercial (NPK), ou um adubo orgânico, torta de mamona, por exemplo. A planta vai absolver, em ultima analise, íons minerais,  do ponto de vista    do cultivador e, considerando  o critério de praticidade, há pontos favoráveis e desfavoráveis  em ambas as  modalidades  de adubação;  do ponto de vista  da planta,  não importa. pois  o que  esta absorve   em  ultima  analise  são  ions   minerais ( N P K entre outros), logo,   escolha  o adubo mais facil   de ser  dosado  para suas condições de cultivo e  lembre-se ADUBAÇÃO  EM DEMASIA É TÃO  PREJUDICIAL  QUANTO  A FALTA DE ADUBAÇÃO!  se fizer   a coisa com equilíbrio e  bom senso,   sua  orquídea   vai prosperar  independente   da origem  do fertilizante. Caso queira optar por um fertilizante comercial,  escolha uma formulação   que   forneça  macro e micro  nutrientes  incluindo cálcio.
Qual a melhor hora do dia para adubar?
Muitos defendem que as orquídeas por possuírem, na sua maioria, metabolismo CAM, adaptação evolutiva que faz com que a planta abra os estômatos durante a noite, para evitar a perda de água durante o dia, devem ser adubadas ao final da tarde. Isto, baseado num  raciocínio muito simples: se a planta esta com os estômatos fechados durante o dia, ela não vai absolver água, mas durante a noite quando os estômatos se abrirem a absorção de água e  nutrientes  será plena. Contudo, devemos esclarecer que a absorção de água e a absorção de nutrientes minerais ocorrem por  mecanismos diferentes.  A água entra nas células das raízes por difusão,  a  favor  de  um gradiente de potencial de água, (é  como um automóvel    decendo num declive) sem gasto de energia enquanto os nutrientes minerais, entram via carregadores específicos,  contra um gradiente de potencial eletroquímico (é como um   automóvel   subindo em um aclive) com gasto de energia. Isto posto, podemos esclarecer outro ponto, como a absorção de  íons minerais,  ocorre com gasto de energia, esta, fica prejudicada  quando a oferta de  energia é menor, ou seja, a planta só absorve nutrientes plenamente quando está fotossintetizando. Alguém poderia argumentar: a planta não possui reservas? Sim! Possui, mas a usa, apenas para manter funções vitais durante o período em que não realiza fotossíntese. Então,  porque   adubar a  tarde?  O  argumento  de que algumas orquídeas só absorvem adubo a noite, não serve,  todas as  plantas tem seu  pico de absorção de nutrientes  durante o dia  quando o fluxo de carboidratos  das  folhas para as raízes  e  constate. Outro argumento   é que uma adubação durante   o dia poderia   lesionar  as   folhas   em razão   da incidência  de  luz   e do  fertilizante acumulado nestas, tal   argumento também é controverso, basta raciocinarmos da seguinte  forma:  adubamos   nossas  orquídeas a  tarde   para   fugirmos  do sol  forte    e evitar   lesões   nas folhas   ocasionada  pelo acumulo de  fertilizante, isso  seria brilhante, se  a  noite  não acabasse, vem o outro dia  e o fertilizante ainda estará lá. Logo,   a melhor maneira de adubar e proteger  suas   orquídeas é  uma  adubação  sem excessos  e apenas nas raízes, podendo ser pela  manhã  ou a noite. Eu,  adubo minhas plantas pela manhã e nunca tive   problemas com isso.    
Em que parte da planta devemos aplicar o fertilizante? 
Sem  sombra de duvidas, NAS RAÍZES, isto por uma razão muito simples, as raízes são os únicos órgãos dos vegetais, salvo raras exceções, que evoluíram para absorver nutrientes. Logo, aplicar fertilizante em qualquer outra parte da planta contraria  sua adaptação e, é  uma perda de tempo. É claro, que não podemos afirmar categoricamente que não haja absorção de nutriente em outras partes da planta, contudo tal absorção ocorre em quantidades infinitamente menores que as requeridas pela planta. Atentem  para  a predação   de raízes, pois uma  planta  saudável deve ter  raízes bem desenvolvidas, perda de raízes  acarreta problemas sérios   de  nutrição  em  orquídeas. Estou preparando um post  sobre   pragas    nas   raízes. 
Rerferências 
TAIZ, L. & ZEIGER, E. 2004 ou 2008. Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: Artmed.